Jamais fomos modernos

Jamais fomos modernos (Latour 1994 [1991]) LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos: ensaio de Antropologia simétrica. (Trad. Carlos Irineu da Costa) Rio de Janeiro: Ed.34. [1991] I – CRISE :. 1. A PROLIFERAÇÃO DOS HÍBRIDOS (p.7) Multiplicam-se os artigos híbridos que delineiam tramas de ciência, política, economia, direit9o, religião, técnica, ficção. Se a leitura do jornal…

Vida de laboratório

A vida de laboratório (Latour e Woolgar 1997 [1988]) LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. 1997. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. (Trad. Angela R. Vianna) Rio de Janeiro: Relume Dumará. [1988] CAPÍTULO 1 – A ETNOGRAFIA DAS CIÊNCIAS :. WOOLGAR: Após dois anos de presença ininterrupta no coração deste laboratório,uni-me, na hora de redigir,…

SESSENTA E TRÊS QUILOS

_Ei, você. Você é Jesus! _O que foi? _É isso mesmo! Eu te reconheço; não com os olhos, nem com a razão. Mas é você mesmo: Jesus! Jessé era um monge franciscano que vivia há vinte e dois anos no mosteiro de São Bento, de frente com a Praça Santo Antônio. Ele era da ordem…

ESPELHO DENTRO

Olá, tudo bem? Entre, fique à vontade. A sala é pequena, mas cabemos bem nós três! Sou Helena, e esta é minha prima, Estela. Feia, não é? Céus, ela é muito feia. Vamos, entre. Chegue mais perto, não precisa ficar com medo; ela é feia, mas não morde. Venha, entre; olhe mais de perto. Vou…

CATANDO AS POESIAS QUE ESPALHAS PELO CHÃO

Revista produzida pelo Laboratório Discursivo E-l@dis, em 2013, olhando para o trabalho dos catadores de recicláveis e seu bonito trabalho de pinçar do mundo objetos que para alguns é lixo, para outros, renovação e sobrevivência. Link para a revista: catadores_eladis_web

O BURACO

Roteiro de Teatro – Resumo: Eliseu mais cinco pessoas caem num buraco que subitamente aparece no centro de uma cidade. Em queda livre, eles reaprendem a viver a partir do medo e da esperança. Recorte: Eliseu – Fé. Eu acho tudo isso de uma bobeira tão infantil! Os homens dizem: se passarem mil pássaros pretos pela janela,…

A RODA D’ÁGUA

Conto – João Flávio de Almeida A RODA D’ÁGUA _No nada. Dizem, nalguns corredores doutos, que a probabilidade de que surja a vida a partir de uma soma contingente de átomos é praticamente nula. Ainda mais, quase asneira, é idear o surgimento de uma consciência pensante nesta tal soma caótica de coisinhas diminutas, destas que…

PARÁFRASES DA MEMÓRIA GREGA ANTIGA NO CINEMA

João Flávio de Almeida RESUMO: Jean-Louis Durand escreveu o capítulo “Memória Grega” no livro “Papel da Memória” (ACHARD, 1999). O autor centra-se no grande problema da cultura grega quando esta se fecha demasiadamente em si mesma, não permitindo que novos acontecimentos entrassem para a memória. A cultura grega pressupunha cinco idades para os homens: Ouro,…

A LINGUA E O RIO

FRAGMENTO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO   TÊXTIL A água em superfície desce tecendo um manto que, em tocas e limos, acetina-se num brilho híbrido.   Os pés que quebram o fluxo amaciam a hidrotextura; e os galhos e toda gente parecem bordar com talento uma frase fértil e ilegível.   LUIZ FRAZON   A linguagem…

O TRÁGICO DA LÍNGUA: A ANGÚSTIA DA PALAVRA E A PALAVRA DA ANGÚSTIA

PROJETO DE PESQUISA DOUTORAL APRESENTADO: JOÃO FLÁVIO DE ALMEIDA   RESUMEN: La intención principal de esta pesquisa es investigar el sentimiento trágico del hombre en su relación con la lengua. Para Unamuno la vida es constituida por contradicciones trágicas, y su propia filosofía es fundada en paradojos trágicos que evidencian las luchas del sujeto consigo…

A JANELA QUEBRADA

CONTO: A janela quebrada João Flávio de Almeida ———- _Posso entrar? _Sim, pode – contrariou-se, Samir. _Se preferir, volto depois – argumentou o pai. _É que acabo de ter uma ideia, e as primeiras pinceladas me seduziram. Queria avançar um pouco o campo central da tela. _Pois bem. Depois conversamos. Matias, pai de Samir, era…

ONTOLOGIA E CONSUMO: AS RELAÇÕES COM O OUTRO E COM AS POSSES

ONTOLOGIA E CONSUMO EM SARTRE: AS RELAÇÕES COM O OUTRO E COM AS POSSES   INTRODUÇÃO  A ontologia é fonte de estudos e alicerce forte para diversas áreas da filosofia, fornecendo informações de ordem primária. Entretanto poucos estudos de aplicações práticas da ontologia são encontrados no meio acadêmico, e não é diferente no campo das…

CIDADES: ASSUSTADORAS FERIDAS NA EPIDERME TERRESTRE

O urbano nos soa demasiado natural. Um peixe não é capaz de descrever a água: esta descrição implica um afastamento, sair dela e olhá-la à distância. Mas somos peixes totalmente e cada vez mais imersos no mar de casas, edifícios, avenidas e barulhos. Quando nos colocamos brevemente à distância, as cidades nos assustam. Veja uma…

O CURIOSO CASO DAS FALÉSIAS

Você sabe o que são falésias? São paredes grandes e íngremes esculpidas pela ação do mar durante milhões de anos. Elas apareceram entre as eras glaciais por conta da erosão marítima e do nível do oceano, que subia até 12 metros.   Poderias explicar as falésias? Eu, João Flávio, gostaria de um mundo com menos…

JAMAIS FOMOS MODERNOS: ENTREVISTA COM BRUNO LATOUR

Com a publicação de sua obra Jamais Fomos Modernos em 1994, Bruno Latour tornou-se célebre em muitos países do mundo quase que instantaneamente. Mas não na França, onde seu pensamento demorou para ser aceito e só começou a ganhar espaço graças ao impacto e à acolhida que seus livros tiveram entre a antropologia da atualidade….

PARA UMA IDEOLOGIA DA CONTINGÊNCIA

Artigo publicado: Revista Beta, ANO XI – ESPECIAL 2013 ‐ I. Nº 74 ———– Que é ideologia? Consiste demasiado embaraço deliberar sobre que é medicina, filosofia ou dialética, ainda mais sobre um termo tão abstrato e resignificado dentro de cada campo científico e até mesmo dentro do arcabouço teórico de cada pensador que se apropriou do…

A LIQUEFAÇÃO DOS SÍGNOS NO CAPITALISMO

Texto não publicado em revistas científicas. RESUMO Umberto Eco apresenta um complexo universo de signos que constitui nossa sociedade: homens, objetos, ações, lugares, posições e tudo mais estão sujeitos a significações e resignificações. Por outro lado Bauman apresenta uma liquefação dos sólidos antigos: família, religião, papéis sociais e outros, culminando numa sociedade em que tudo…

A MORTE DO PENSAMENTO

Venho desenvolvendo, há alguns anos, a teoria da Morte do Pensamento. Não se trata de uma teoria epistemológica, embora passe por este campo. Trata-se, sim, de uma sensação de “morte do pensamento” quando, afinal, se percebe que toda a vida é um ato de má-fé e autoengano, e que nenhuma forma de pensamento humano é…

PENSANDO O SABER CIENTÍFICO NA MODERNIDADE

O fazer científico moderno é calcado no argumento do método, seu principal pilar. O método, óbviamente, pressupõe desmedido rigor na produção destes saberes com a crença de que, devidamente seguido e aplicado, regula-se o saber especulativo. Nascido no século XVI, o método dividiria, segundo a ciência moderna, o saber comum – derivado da fé, de…

BAKHTIN E UNAMUNO: FALAS SOBRE O AUTOR E O PERSONAGEM.

INTRODUÇÃO: Mikhail Mikhailovich Bakhtin foi um filósofo russo (1895-1975), um dos grandes pensadores da linguagem humana e lider intelectual do grupo de estudiosos conhecido como o “Círculo de Bakhtin”. Miguel de Unamuno (1864-1936), por sua vez, foi um escritor, poeta e filósofo espanhol, considerado a figura mais completa da “Generación del 98”, um grupo constituído…

DECUPAGEM CINEMATOGRÁFICA E IDEOLOGIA

DECUPAGEM CINEMATOGRÁFICA E IDEOLOGIA João Flávio de Almeida[1] RESUMO: As teorias da linguagem, apesar de terem como objeto de estudo as linguagens em seu sentido mais amplo, ainda encontram dificuldades para constituir de forma mais segura um caminho para a análise do não-verbal e ainda de outras formas de linguagem além da língua escrita e…

O DISCURSO CIENTÍFICO: UMA ANÁLISE PECHETIANA

O DISCURSO CIENTÍFICO: UMA ANÁLISE PECHETIANA. João Flávio de Almeida RESUMO Pensadores como Bourdieu, Latour, Rossi, Merton e Ianni deixaram valiosas contribuições epistemológicas sobre o nascer e o fazer científico. Dentre as principais estão os conceitos de campos e alianças. Este texto tentará detectar alguns efeitos discursivos da contemporaneidade, à partir do referencial teórico da…

ARVO PART

A questão, neste vídeo, é a música Salve Regina por Arvo Pärt, interpretada por “The Estonian Philharmonic Chamber Choir”, conduzida por Paul Hillier. A descrição do vídeo diz que este é um videoclipe caseiro para a música. Se realmente o é, por favor, me apresentem o produtor deste vídeo caseiro. Quisera eu criar obras “caseiras”…